sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Relatório do Filme "América Proibida"

Este filme tem, logo á partida, algo que não costuma acontecer, pois começamos a ver o filme não do lado de quem sofre a perseguição, mas sim de quem persegue. Derek, um skinhead que viu o seu pai morrer e nunca mais conseguiu ultrapassar esse facto, segue fielmente um homem Neo Nazi que o transforma no líder dos Neo Nazis daquela região. Derek é visto como um exemplo, principalmente aos olhos do irmão, Danny, que segue os seus ideais fielmente. Ao ver de Derek, deve existir uma raça pura, e ele não tem problemas em tentar levar a sua ideia até aos níveis mais avançados, usando e abusando da violência. Logo no início do filme conseguimos perceber que o que leva muitas vezes as pessoas a optarem por más atitudes são problemas como complicadas relações familiares (neste caso marcadas pela morte da figura paterna), e o facto de se crescer numa atmosferas de constante tensão e intolerância.

Nas aulas de filosofia aprendemos que, perante a existência de seres humanos com normas e hábitos culturais diferentes, as pessoas podem assumir atitudes e condutas variadas. Neste caso, Derek e o seu grupo de Neo Nazis, optaram pelo etnocentrismo, atitude na qual se incluem as pessoas que observam as outras culturas em função da sua própria cultura, tomando-a como padrão para hierarquizar as restantes. Desta atitude surgem duas consequências directas: uma incompreensão em ralação aos aspectos das outras culturas, e o aumento do sentimento de superioridade em relação aos elementos de fora com que têm de coexistir. O facto de Derek e os seus amigos acreditarem que deveria existir uma raça pura, mostra que um etnocentrista é incapaz de aceitar os que não adoptam não só modos de vida semelhantes ao seu, mas também os que são diferentes de si fisicamente.
Uma das cenas que mais me marcou foi quando um grupo de negros tentou roubar o carro de Derek, e Derek atacou um deles, matando-o de uma forma violentíssima. O racismo está presente aqui duma forma muito forte, pelo facto de, depois de Derek matar o negro, se vir no seu rosto e nos seus olhos uma sensação de extrema alegria, sempre com um sorriso e os olhos lunáticos presos no irmão, que assistiu a tudo.

Depois de este acontecimento, Derek é preso, e é na prisão que vai descobrir o quanto estava errado. Na prisão, Derek conheceu outros nazis, e percebeu que, aquilo em que ele acredita, e segue, não é levado à letra por outros que dizem ter os mesmos ideias que ele. Esses nazistas que ele encontra na prisão, pela frente parecem ser uma coisa, mas no fundo para eles o que conta é o que conseguem para seu interesse de outras pessoas, independentemente da raça dessas pessoas (o que parece ser, nem sempre o é).
Contra o que Derek esperava, vai-se tornar amigo de um afro-americano, e é na prisão e com a sua ajuda que ele vai reavaliar os seus valores e transformar-se num homem mais correcto e justo. Com o relacionamento com este afro-americano, Derek percebeu que talvez a sua atitude etnocentrista não fosse a melhor, e que as pessoas não precisavam de ser da sua raça para serem respeitadas.

Quando Derek sai da prisão, dá conta que aqueles que o seguiam e que o respeitavam não compreendem a sua nova personalidade, e a próxima luta dele é afastar-se do que era, e tentar que o seu irmão siga a sua atitude, optando pelo interculturalismo e afastando-se de toda a comunidade nazi. Derek quer evitar que o irmão se insira numa vida de ódio, violência e xenofobia, que tanto o marcou. O interculturalismo tem como ponto de partida o respeito pelas outras culturas e defende o encontro, em pé de igualdade, de todas elas.
Este é um filme sem dúvida violento, muito real e, pior que tudo, muito actualizado, pois retrata de forma directa e tocante um outro lado da América ao qual as pessoas preferem fechar os olhos (daí o titulo “América Proibida”), a América dos conflitos raciais entre pretos e brancos retratados ao longo do filme. A meu ver este filme possibilita uma intensa visão sobre o etnocentrismo, nomeadamente o racismo e o fanatismo, a desagregação familiar, o descontrolo, o preconceito e as influências. Relata também o impacto profundo do etnocentrismo, do ódio, que começa a destruir a família e a vida naquelas que optam por esta atitude.
É um filme que tem de ser visto pelo menos uma vez, porque a mensagem que transmite é imperdível.

10 comentários:

  1. A tua mae de 4 é que é uma bela merda fdp

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. Hahahaha boa resposta...
      Pessoas sem o mínimo de cultura geral e sem interesses é que não gostam de filmes como este. Temos o direito de gostar de coisas (filmes e etc) diferentes no entanto temos que admitir que mesmo não gostando há coisas excelentes e muito bem feitas. Amo este filme e reconheço que está muito bem realizado. Tenho pena que pessoas com palas nos olhos não consigam admiti-lo...

      Eliminar
  2. gostei muito e ajudou bastante no meu relatório :D

    ResponderEliminar