Estou nesta estrada
Perdido, sem rumo,
Relembrando o meu passado,
Numa pequena coluna de fumo.
Vi várias curvas,
Muita oposição,
Vi tudo o que tinha percorrido
Para chegar a esta localização.
Vi a morte levar amigos,
Vi várias enganadoras paixões,
E reparei que todo esse caminho
Era, essencialmente, feito de ilusões.
Ilusão de imunidade,
Ilusão de pacificidade,
Ilusão de amizade,
Ilusão de liberdade.
Vi, também, que nesse caminho
Predominavam os valores materiais
Não estando à vista nem um bocado
Dos valores essenciais.
Mente cerrada
Cegada pela cultura,
Pelos meios de comunicação social
E também por minha loucura.
Acreditava no que me diziam
Sem nunca me questionar
Era uma máquina disposta a acreditar
Naquilo em que a lógica não desafiar.
Decidi, então, mudar a minha vida,
Clarear a minha mente,
Ter opinião própria
Começar a ser gente.
Ajudar os outros,
Não me centrar tanto em mim
Pedir desculpa a quem fiz sofrer
E procurar redimir-me assim.
Então, o Sol brilhou.
A minha vida encontrou o rumo
Por detrás daquela coluna de fumo
Que o vento apagou.
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